"Congregação Cristã no Brasil: uma italianidade do outro lado do Atlântico"
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"Congregação Cristã no Brasil: uma italianidade do outro lado do Atlântico"
CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL:
UMA ITALIANIDADE DO OUTRO LADO DO ATLÂNTICO
Daniele de J. Oliveira*
(ANAIS DO III ENCONTRO NACIONAL DO GT HISTÓRIA DAS RELIGIÕES E DAS
RELIGIOSIDADES – ANPUH -Questões teórico-metodológicas no estudo das religiões e
religiosidades. IN: Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá (PR) v. III, n.9,
jan/2011. ISSN 1983-2859.)
UMA ITALIANIDADE DO OUTRO LADO DO ATLÂNTICO
Daniele de J. Oliveira*
(ANAIS DO III ENCONTRO NACIONAL DO GT HISTÓRIA DAS RELIGIÕES E DAS
RELIGIOSIDADES – ANPUH -Questões teórico-metodológicas no estudo das religiões e
religiosidades. IN: Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá (PR) v. III, n.9,
jan/2011. ISSN 1983-2859.)
A imigração italiana no Brasil não se restringe a questões econômicas, mas sim social e cultural. E nesse sentido é que pretendemos discutir nesse artigo a relação entre a “italianidade” e a fundação da Congregação Cristã no Brasil, uma vez que essa é considerada a pioneira do pentecostalismo em solo brasileiro o estudo do seu impacto para a sociedade, torna-se relevante para as Ciências Sociais.
No dia 15 de setembro de 1907 o movimento pentecostal começou entre os italianos em Chicago (EUA). As celebrações eram realizadas na língua italiana e esse movimento (pentecostalismo) foi o estopim de movimentos missionários sem precedentes, tanto para o interior dos Estados Unidos da América quanto para outros países do mundo (Campos 2005, p. 113).
O pentecostalismo no Brasil chegou em 1910, exatamente com a fundação da Congregação Cristã do Brasil pelo italiano Louis Francescon, na cidade de Santo Antônio da Platina no Paraná, que teve contato com o movimento da Rua Azuza, Los Angeles (EUA) este trouxe a mensagem aos italianos que aqui residiam e que vieram para o Brasil, para suprir a mão-de-obra escrava.
As primeiras ondas de imigrantes italianos chegaram ao Brasil por volta dos anos de 1870 até os 1930, portanto, um grande contingente adentrou o país em busca de trabalho, uma vez que a situação na Itália não lhes era nada favorável em virtude da miséria que assolava o pais.
Que coisa entendeis por uma nação, Senhor Ministro?
É a massa dos infelizes?
Plantamos e ceifamos o trigo, mas nunca provamos pão branco.
Cultivamos a videira, mas não bebemos o vinho.
Criamos animais, mas não comemos a carne.
Apesar disso, vós nos aconselhais a não abandonarmos a nossa pátria?
Mas é uma pátria a terra em que não se consegue viver do próprio trabalho?
Foi com esse contexto que a emigração surgiu como alternativa para os trabalhadores italianos que enxergaram no Brasil a possibilidade de uma vida melhor. Ademais o incentivo do governo brasileiro em importar sua mão-de-obra urgia para substituir o trabalho escravo proibido com a abolição de 1888.
Tais considerações são importantes na medida em que a identidade do imigrante que aqui chegou não se limitou a de homens em busca de trabalho, mas sim a de um universo complexo em que a categoria religião aparece como elemento explicativo do liame entre a „‟ italianidade‟‟ e a Congregação Cristã no Brasil.
O traço italiano da Congregação Cristã no Brasil se deve ao fato de ter tido como fundador um italiano, cuja mensagem foi direcionada aos imigrantes que aqui viviam, principalmente para aqueles que ficaram no Estado do Paraná e São Paulo, em sua maioria trabalhadores que vieram para as plantações de café que ocupavam as terras do interior dos Estados.
Todavia no caso de São Paulo muitos desses trabalhadores compunham a mão-de-obra da nascente industrialização da cidade. Daí a forte concentração de imigrantes em bairros como Bexiga, Brás e Barra Funda, não é por acaso que a organização como Igreja deu-se no Brás.
Nesse contexto é que ressaltamos o lugar da cultura italiana no cotidiano da denominação tanto em termos de administração eclesiástica como nos hábitos e costumes de seus membros. Evidente que hoje a Igreja conta com fiéis de diversas regiões do país, e que a identidade brasileira está presente; Entretanto, a presença italiana se dá de maneira imperceptível, isto é, nos costumes familiares, na manutenção de alguns costumes como a música orquestrada em estilo clássico e principalmente na composição ministerial.
Devemos assinalar que a impressão das características italianas não ocorre de forma explícita, mas sim do ponto de vista interno da instituição a herança da cultura é visível quando dos hábitos que seus membros apresentam, portanto, podemos entender que o liame identidade cultural e religião na Congregação Cristã no Brasil evidencia um elemento importante da religião na atualidade, qual seja a de que está também foi alcançada pela globalização.
Resta-nos agora entender como isso ocorre no interior da Igreja, no entanto precisamos esclarecer o sentido a que atribuímos ao termo globalização em nossa análise, uma vez que esse termo é carregado de interpretações distintas as quais precisamos compreender.
A globalização como podemos ver não se refere apenas a economia, mas abarca toda a rede de relações sociais, mas vejamos bem que estamos falando de uma Igreja, cujas matizes italianas se fazem sentir na atualidade. Desta forma podemos então pensar como essas características resistiram ao tempo e as transformações sociais?
Antes é preciso entender que estamos tomando o conceito de globalização e sua face de desenraizamento, isto é como um fator que interfere no sentimento de pertença a determinado grupo étnico, religioso entre outros. Daí considerarmos a “permanência‟‟ da italianidade no interior da Congregação Cristã no Brasil um aspecto importante a ser analisado.
De acordo com Pace a globalização parece, favorecer o desenraizamento cultural. Aqui está o primeiro nó da rede de conceitos que cobre o termo globalização. Um segundo está constituído pela tendência à crença no relativo.
Cliford Geertz (1973) falou da cultura como mecanismo de controle que serve ao ser humano para regular o fluxo da comunicação entre indivíduos, para comportar-se segundo normas sociais compartilhadas e reconhecidas como tais, para pensar como movimentar-se na cena pública. A cultura é um dote que se enxerta do código genético e permite a cada um de nós encontrar um sentido público à sua atuação individual. Por isso, o horizonte cultural precisa alimentar-se de imagens simbólicas do mundo, d complexos sistemas de símbolos que permitem uma fácil identificação social para cada indivíduo.
Nos termos da sociologia de Schultz (1979), coincide com o mundo da vida cotidiana. Mas, além disso, com a idéia de que este mundo aparece a cada um de nós provido de bússolas que nos permitem traçar limites entre “eu” e o “Outro”. Geertz o explica de forma eficaz nesta passagem que se refere à sociedade de Java, que ele estudou, descobrindo as fraturas que a modernização produziu nela recentemente:
ser humano é ser javanês... ser humano não é apenas respirar; é controlar a sua respiração com técnicas de yoga, de forma a ouvir literalmente, na inspiração e na expiração, a voz de Deus pronunciar o seu próprio nome, “hu Allah”. Não é apenas comer: é preferir certos alimentos, cozidos de certa forma e seguir uma rígida etiqueta à mesa aos consumi-los. Não é apenas sentir, mas sentir emoções especificamente javanesas... (1973, p.98).
Tomemos o exemplo javanês para pensarmos a questão da cultura como traços que o indivíduo carrega consigo, bem com as impressões que esta deixa nos homens, que por sua vez as exprime em seu cotidiano através dos hábitos e dos costumes.
Não podemos pensar a globalização como um elemento de desenraizamento apenas, pois na medida em que o indivíduo passa a ter contato com outras culturas, não quer dizer que haja um despojamento daquela em detrimento da nova cultura.
É nesse sentido que entendemos a globalização como um processo de decomposição e recomposição da identidade individua e coletiva que fragiliza os limites simbólicos dos sistemas de crença e pertencimento por um lado, mas por outro a conseqüência é o aparecimento de uma dupla tendência ou a abertura para uma mestiçagem cultural ou o refúgio em universos simbólicos que permitem continuar imaginando unida, coerente e compacta, uma realidade social profundamente diferenciada e fragmentada (PACE, 1997, p. 32).
No caso da Congregação Cristã é interessante observarmos que sua fundação deu-se no Brasil, no entanto, com a iniciativa de um italiano a quem o movimento pentecostal de origem norte-americana encontrou terreno propício nas terras brasileiras.
Temos um exemplo de ethos e culturas distintas que se identificaram com a mensagem missionária de Louis Francescon, pois os italianos que aqui aportaram professavam o catolicismo como religião e em alguns casos Presbiterianos e Batistas.
Parte de Santo Antonio da Platina em 20 de junho, com destino a São Paulo. Apenas chegando àquela Capital, o Senhor permitiu abrir uma porta, resultando que cerca de 20 almas aceitaram a fé e quase todas provaram a Divina virtude. Uma parte eram Presbiterianos e alguns Batistas e Metodistas e alguns também Católicos Romanos. Alguns foram curados e outros selados com o Bendito Dom do Espírito Santo”. Essa porta que “o Senhor permitiu abrir”, oficialmente representa o início da Congregação Cristã no meio de um bairro formado basicamente por imigrantes italianos em São Paulo1
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Não deixa de ser interessante verificar essa diversidade entre os primeiros convertidos, sobretudo, quando encontramos protestantes históricos em seu meio. Pois o pentecostalismo se difere sobremodo destes, na medida em que a ênfase na ação do Espírito Santo, conforme o descrito em Atos, cap II, lhe serviram de base teológica e doutrinária2.
Segundo Hall,1997 e Laclau, 1986) os atores sociais no contexto atual adotam múltiplas identidades - étnica, religiosa, político-partidária, de gênero etc.- e que as mesmas são acionadas em função dos deslocamentos desses atores nos espaços ou territórios sociais. No caso da Congregação Cristã no Brasil ocorreu algo semelhante quando da sua fundação, pois como vimos diferentes posturas e culturas se reconheceram por intermédio da pregação de Francescon.
A prática religiosa não escapa as transformações e deslocamentos dos indivíduos, pelo contrário se apresenta como meio de reconhecimento entre os seus. Diante disso é que apontamos a “italianidade” presente na Congregação Cristã no Brasil como esse elemento que aproxima pessoas de hábitos culturais e costumes semelhantes, que passam a se reconhecer numa relação de alteridade através da religião.
Se tomarmos a história dos Estados Unidos como exemplo, veremos que a questão religiosa não se resume a um conjunto de normas doutrinárias, mas constitui senão o eixo, um dos aspectos importantíssimos no processo de formação das treze colônias, visto que, a fundação do país foi conseqüência de uma colônia de povoamento das minorias protestantes que deixaram a Europa devido às perseguições religiosas. Nesse aspecto a identidade religiosa perpassa toda a dinâmica social desse país.
Pode-se, pois, fazer uma aproximação desse exemplo com a Congregação Cristã no Brasil e a massiva adesão dos imigrantes italianos, possibilitando-nos assim entender como a cultura italiana ainda é fortemente marcada no interior da Igreja.
Na chave interpretativa da ”identidade” é que encontramos respaldo para nossa hipótese inicial, qual seja a de que há uma italianidade implícita no dia -a – dia, da Congregação Cristã no Brasil de tal modo que aos olhos dos fiéis essa característica passa desapercebida, porém, seu modos operandi indica esse elemento.
Antes de entramos na questão da identidade, é mister, que tratemos um pouco do sentido que a religião exerce sobre o indivíduo para que possamos compreender sua eficácia em espaço coletivo. Daí recorrermos a Weber, por ser este um autor que atribui importância central a religião, na medida em que essa é eivada de sentidos que se vinculam a vida social como um todo.
Como é também difícil não reconhecer, na maneira extremamente colada a uma sociologia prática presente nos textos bíblicos, uma noção do movimento da história como sucessão de ciclos em que se alternam a reprodução de uma tradição e periódicas revitalizações espirituais, cada um desses momentos representado, respectivamente, pela figura do sacerdote e do profeta. E mesmo comunidade e sociedade são também, de certa forma, momentos, preferindo Weber falar em Vergesellschaftung e Vergemeinschaftung, que implicam um sentido de processo, e não de substância (VELHO, 1985, p. 68).
No pensamento weberiano a religião racionalizada do Ocidente ocupa lugar privilegiado na sociedade, na medida em que se liga a outros espaços, quais sejam a economia, as artes etc... Essa plasticidade que a religião apresenta é que lhe configura um meio propício a alteridade entre os indivíduos. Neste percurso identificamos a saída de uma teodicéia que se encaminha para uma sociodicéia. Portanto, ao analisarmos uma instituição religiosa estamos tratando de um lócus onde se imiscuem uma gama de aspectos que se intercalam para dar sentido a ação do indivíduo, bem como do coletivo que ali se relaciona.
No desenvolver do processo de racionalização religiosa no Ocidente a instituição Igreja deixou de ser um receptáculo de mensagens sacras exclusivamente, e passou a ser uma instância, cujo interesse está ligado ao plano terreno simultaneamente, de modo que Weber assim a interpreta.
A ação religiosa ou magicamente motivada, em sua existência primordial, está orientada para este mundo [disseitig ausgerichtet]. As ações religiosas ou magicamente exigidas devem ser realizadas “para que vás muito bem e vivas muitos e muitos anos sobre a Terra”. Mesmo rituais como sacrifícios humanos, extraordinários, sobretudo, entre uma população urbana, eram realizados nas cidades marítimas fenícias sem qualquer expectativa ao Além. A ação religiosa ou magicamente motivada é, ademais, precisamente em sua forma primordial, uma ação racional [...] orienta-se pelas regras da experiência. [...] A ação ou pensamento religioso ou “mágico” não pode ser apartado, portanto, do círculo das ações cotidianas ligadas a um fim, uma vez que também seus próprios fins são, em sua grande maioria econômicos. (EeS I: 279; WuG: 245).
Segundo Pierruci (2003), Mesmo reduzido às formas elementares mais irracionais da magia, o comportamento religioso apresenta a Weber um ponderável conteúdo de racionalidade, Primeiro, a racionalidade do interesse (alegadamente) religioso nos resultados visados para o aqui e agora pela ação mágica ou religiosa, seus fins “econômicos”; depois, a racionalidade que podemos situar um pouco além da metra adaptação tópica entre fins e meios, uma vez que procede pelo menos no mínimo de regularidade. Da experiência comunitariamente acumulada. “A ação religiosa ou magicamente motivada é, ademais, precisamente em sua forma primordial, uma ação racional.
Diante das considerações teóricas pretendemos salientar alguns pontos relevantes em relação à Congregação Cristã no Brasil enquanto Igreja que a distingue das demais denominações pentecostais, mais precisamente da exposição que essas últimas tem manifestado em torno das questões “seculares”.
Atualmente o pentecostalismo brasileiro está cada vez mais envolvido com questões antes consideradas seculares, essa mudança de comportamento pode ser vista até mesmo nas denominações da chamada primeira onda, isto é, as pioneiras do pentecostalismo no país com a Congregação Cristã no Brasil (1910) e Assembléia de Deus (1911). Porém quando se trata da Congregação Cristã no Brasil essa máxima não se aplica, justamente pelo fato de ser essa uma denominação cuja, esquiva em relação ao “mundo” é condictio sine qua non .
Mas isso não significa que seja uma instituição distante das transformações sociais, todavia o engajamento em assuntos políticos por parte do seu ministério, a exemplo do que ocorre em outras igrejas que elegem seus pastores aos cargos públicos, no interior da Congregação Cristã no Brasil não se observa3. Esse é apenas um aspecto entre outros que fazem desta denominação uma Igreja, segundo Bianco (2009) “invisível‟‟4
A Congregação Cristã é conhecida, no meio protestante, por conservar as mesmas características e as mesmas linhas doutrinárias (consideradas rígidas) estabelecidas na sua organização, no ano de 1910, e preservadas até os dias atuais. É difícil conceber que, em pleno século XXI, uma denominação religiosa preserve em suas celebrações a separação de homens de um lado do templo e mulheres de outro, onde o poder (liderança) é exercido exclusivamente por iileigos do sexo masculino e onde os costumes e as doutrinas são transmitidos, fundamentalmente, pela tradição oral. (BIANCO, 2007, p. 10). Existe Igreja, diz Weber aproximadamente, quando existe um corpo de profissionais (sacerdotes) distintos do “mundo‟‟ e burocraticamente organizados no que concerne à carreira, à remuneração aos deveres profissionais e ao modo de vida extraprossional; quando os dogmas e os cultos são racionalizados, consignados em livros sagrados, comentados e inculcados através de um ensinamento sistemático e não apenas sob forma de uma preparação técnica; enfim, quando todas essas tarefas se cumprem numa comunidade institucionalizada. E Weber enxerga a origem desta institucionalização no processo pelo qual o carisma se desvincula da pessoa do profeta para se ligar à instituição, e, mais precisamente, à função: “O processo de transferência do sagrado carismático para a instituição enquanto tal é característico de todo processo de formação de uma Igreja e constitui-se na sua essência específica (BOURDIEU, 2005).
Mediante a definiçào weberiana de Igreja gostaríamos de pensar a Congregação Cristã no Brasil, na medida em que se aproxima de alguns aspectos no texto levantado, no entanto, alguns hábitos e costumes a diferenciam em muito do elencado, sobretudo, no que se refere a questão do sacerdócio formal, pois em seu interior não há uma profissionalização deste, tampouco remuneração aos cooperadores e anciãos, justamente por serem estes chamados ao trabalho pastoral, todavia, paralelamente possuem atividade remunerada para seu sustento.
É nesse sentido que a Congregação Cristã não configura o perfil de Igreja, mas sim o de seita, na forma como aconselha seus membros, no não envolvimento com a política, bem como nos movimentos sociais. Entretanto, não representa uma guetificação, ainda que essa seja uma das características da qual podemos pensar a influência da italianidade nesses cem anos de história.
Por outro lado a identificação étnica desde a sua fundação entre os italianos é algo que permanece e que no cotidiano é possível identificarmos, por exemplo no hábito comum entre as famílias de se reunirem para almoços, no modo como constroem seus templos, isto é, através do trabalho coletivo, onde os homens contribuem com seu conhecimento em construção e as mulheres cozinham para estes num trabalho conjunto geralmente nos finais de semana.
Outros aspectos endossam essa observação como a música orquestrada sem uso de instrumentos de percussão, ademais o uso do véu pelas mulheres remetem a práticas que as italianas trouxeram consigo, a separação entre homens e mulheres durante o culto.
Enfim são hábitos que evidenciam o liame entre a origem italiana da Igreja e que ainda que hoje a sua membresia seja majoritariamente brasileira os traços e costumes italianos podem ser vistos em seu interior. Daí nossa análise priorizar esse elemento importante na Congregação Cristã no Brasil, uma Igreja cuja riqueza cultural tem despertado o interesse de estudiosos da Religião.
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* Mestra em Sociologia da Religião pela Universidade Federal de São Carlos e, atualmente em pesquisas pré-doutorado ("Christian Congregation in the United States" - Estados Unidos da América).
NOTAS
I ( Trecho do diálogo de um italiano ao ministro questionando a situação de miséria- ver www.imigrantesitalianos.com.br
I Testemunho de Louis Francescon acerca do seu trabalho missionário.
II E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e de repente vem do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo lhes concedia que falassem. (Atos, cap 2, versículos 1-5
III A Congregação Cristã segundo parecer oficialmente emitido por seu órgão deliberativo máximo (Conselho de Anciãos), manifesta-se de maneira expressamente reprobatória quanto ao ingresso de seus ministros em quaisquer atividades políticas, o que não se aplica, todavia, a sua membresia a qual, aliás, compete o integral cumprimento de seus deveres civis, entre eles o voto (não conduzido).
Já nas Assembléias de Deus a situação mudou, uma vez que atualmente é uma das denominações co maior número de vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais e senadores no país com forte atuação na Bancada evangélica no Congresso Nacional.
IV Ver, Gloecir Bianco trabalho intitulado CCB no século XXI: uma denominação pentecostal invisível. Estudo apresentado no 2º Congresso da ANPTECRE - Fenomenologia e Hermenêutica do Religioso - Belo Horizonte 24 e 27 de Agosto de 2009
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