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Comentando sobre Lucas 6

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Mensagem  Sergio Teixeira Seg maio 21, 2012 10:47 am

Amados irmãos, isto é apenas um comentário sobre o Capítulo 6 de São Lucas.
Gostaria de ter também os comentários dos demais debatedores.

1- E aconteceu que, no sábado segundo-primeiro, passou pelas searas, e os seus discípulos iam arrancando espigas e, esfregando-as com as mãos, as comiam.

2- E alguns dos fariseus lhes disseram: Por que fazeis o que não é lícito fazer nos sábados?

3- E Jesus, respondendo-lhes, disse: Nunca lestes o que fez Davi quando teve fome, ele e os que com ele estavam?

4- Como entrou na casa de Deus, e tomou os pães da proposição, e os comeu, e deu também aos que estavam com ele, os quais não é lícito comer senão só aos sacerdotes?

5- E dizia-lhes: O Filho do homem é Senhor até do sábado.
Existem pessoas que ocupam todo o seu tempo procurando apontar erros nos demais.
No tocante aos cristãos, esses tais se preocupam sobremaneira com a literalidade e com todos os textos que tenham caráter restritivo, para lançá-los em rosto de outrem.
Escolhem criteriosamente esse tipo de texto.

Afirmava o Mestre que o filho do homem é senhor até do sábado.
Da mesma forma somos nós, que uma vez com ele irmanados e "como se fôssemos um só", também nos tornaremos senhores dessas situações que aparecem no nosso dia a dia.
Não estamos de forma alguma fadados a sermos escravos ou vítimas das malignidades.
Temos em nosso favor um Instrutor, um Examinador, um Advogado, um Promotor e um Juiz.
O sentimento inerente ao Sabbath, ou seja, a perfeita reverência a Deus, deve ser algo muito diferente de embaraçarmo-nos em função de um determinado dia da semana no qual sejamos "proibidos" de fazer isto ou aquilo, principalmente de praticarmos o bem.
Quanto ao mal, devemos proibir-nos nós mesmos de ter qualquer parte com ele.

6- E aconteceu também noutro sábado, que entrou na sinagoga, e estava ensinando; e havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada.

7- E os escribas e fariseus observavam-no, se o curaria no sábado, para acharem de que o acusar.

8- Mas ele bem conhecia os seus pensamentos; e disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te, e fica em pé no meio. E, levantando-se ele, ficou em pé.

9- Então Jesus lhes disse: Uma coisa vos hei de perguntar: É lícito nos sábados fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar?

10- E, olhando para todos em redor, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele assim o fez, e a mão lhe foi restituída sã como a outra.

11- E ficaram cheios de furor, e uns com os outros conferenciavam sobre o que fariam a Jesus.
Ensina-os o Mestre que não devemos cessar de fazer o bem, mesmo que alguém na terra nos proiba de fazê-lo.

12- E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus.

13- E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos:

14- Simão, ao qual também chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu;

15- Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote;

16- E Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor.
Judas Iscariotes tornou-se posteriormente traidor. Mas, da mesma forma que nós, ele cria piamente no Senhor Jesus, e era temente a Deus. Porém em algum momento ele se deixou levar por outros pensamentos, e resolveu adiantar-se à mão de Deus (ou como dizemos em nosso jargão, "botar a mão na Obra").
Naquela época eram somente 12 discípulos. A seara era grande e os ceifeiros eram poucos. Hoje em dia o Senhor Jesus nos tem constituído igualmente Seus discípulos. A seara tornou-se maior ainda, mas já os obreiros não são tão poucos. Resta-nos apenas apresentarmo-nos para o trabalho.

17- E, descendo com eles, parou num lugar plano, e também um grande número de seus discípulos, e grande multidão de povo de toda a Judéia, e de Jerusalém, e da costa marítima de Tiro e de Sidom; os quais tinham vindo para o ouvir, e serem curados das suas enfermidades,

18- Como também os atormentados dos espíritos imundos; e eram curados.

19- E toda a multidão procurava tocar-lhe, porque saía dele virtude, e curava a todos.
A costa marítima referida na verdade era de Sidom, já que Tiro estava localizada à direita, na cadeia montanhosa do Anti Líbano, hoje parte do território Sírio. Essa referência contudo é justificada pelo fato de as pessoas estarem acostumadas a cobrirem grandes distâncias a pé, e toda aquela região era praticamente "a mesma coisa" para efeitos de narrativa.
Um fato curioso: Da mesma forma que as pessoas subiam e desciam montanhas, se aglomeravam e se sacrificavam para ver e receber milagres e curas divinas, ainda hoje há quem superlote igrejas ou locais onde são anunciados milagres e prodígios.
Maior parte daquela multidão agia exatamente da mesma forma que hoje, ou seja, buscava as coisas de Deus apenas para tirar proveito das benesses, mas não para assumir quaisquer responsabilidades perante o Eterno Criador.

20- E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus.

21- Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir.

22- Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do homem.

23- Folgai nesse dia, exultai; porque eis que é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas.
Muitos entendem esses ensinamentos como um "incentivo à pobreza", ou um "consolo para os injustiçados", achando que isso significa que os pobres devem ser eternamente pobres e os injustiçados devem simplesmente aceitar que são a ralé, e pronto.
Acontece que a vida do cristão é uma eterna escola. Se é uma escola, temos todas as prerrogativas de uma escola, ou seja: Ensinamentos, testes de avaliação periódica, e um exame final. Consequentemente todas as coisas têm o seu grau de dificuldade.
Temos de entender o mecanismo da pobreza, da injustiça, do vitupério e nos comportarmos adequadamente quando formos testados.
Não basta sabermos as respostas em nossa memória, ou simplesmente conhecermos a teoria das coisas dos céus. Temos que ter vivência na questão, na prática da humildade, da caridade, da misericórdia e do Amor.

24- Mas ai de vós, ricos! porque já tendes a vossa consolação.

25- Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis.

26- Ai de vós quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas.
Isso não é "colocar o pobre contra o rico", conforme entendem alguns. Não é "errado" ser rico, nem "certo" ser pobre. Tais coisas são apenas circunstânciais em nossa vida, situações das quais - ricos ou pobres - temos de ser senhores.
Evidenciar tais situações em detrimento do Amor a Deus é simplesmente embaraçarmo-nos com as coisas pobres e fracas deste mundo.

27- Mas a vós, que isto ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam;

28- Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam.

29- Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses;

30- E dá a qualquer que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir.

31- E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também.

32- E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam.

33- E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo.

34- E se emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto.

35- Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus.
Muitos entendem que agir assim é simplesmente "ser otário", sem perceber que esse ensinamento não é apenas "bonitinho", mas que nos transmite um modo de vida pleno, tranquilo, que atrai somente bênçãos e produz bons frutos para honra e glória ao nosso eterno Deus..

36- Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.

37- Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão.

38- Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo.

39- E dizia-lhes uma parábola: Pode porventura o cego guiar o cego? Não cairão ambos na cova?

40- O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre.

41- E por que atentas tu no argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho?

42- Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão.

43- Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto.

44- Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos.

45- O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.

46- E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?
A Palavra é sempre claríssima e abundante quanto à nossa responsabilidade de termos em nós o Amor, a Caridade e a Misericórdia.
No entanto, parece que o homem tem procurado esforçar-se ao máximo para requerer para si próprio tais coisas sem contudo oferecer nada em troca.
Não adianta nada irmos à igreja, pagarmos dízimos, seguir doutrinas e regras de natureza social, se não fazemos o que Deus nos manda, o que o Mestre nos ensina.
Especial ênfase para "Vosso Pai": O Pai não é somente dEle, mas também nosso. Portanto, entre nós não existe quem seja "mais" filho ou "menos" filho. A meu ver, trata-se de um pormenor na Palavra de Deus ao qual temos de dar a devida importância, não deixando jamais que venham as vaidades humanas "fazer ninho" sobre nossas cabeças e achar que tenhamos privilégios especiais uns sobre os outros.
Somos todos servos, e Senhor existe um só, que está nos céus.

47- Qualquer que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante:

48- É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre a rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre a rocha.

49- Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa.
Cristianismo é fruto de uma prática constante, firme, perene, diária, incansável. Não basta sermos "cristãos" apenas quando mudamos de roupa e vamos à igreja em um determinado dia da semana com um livro na mão ou debaixo do braço.
Temos de ser cristãos durante as 24 horas do dia - ou tanto quanto possível segundo a medida de cada um.

Que Deus nos abençoe a todos.
Sergio Teixeira
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