"A Congregação Cristã segundo Reed Elliot Nelson"
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"A Congregação Cristã segundo Reed Elliot Nelson"
A CONGREGAÇÃO CRISTÃ SEGUNDO REED ELLIOT NELSON
Reed E. Nelson*
Reed E. Nelson*
As Congregações Cristãs aliaram um impressionante crescimento, harmonia e estabilidade institucional no Brasil. Não têm redundado em expressivos grupos dissidentes, malgrado haja, no protestantismo latino-americano, uma notória propensão a fragmentação. Há também significativa uniformidade nas práticas e comportamento em todas as igrejas integrantes da denominação. O formato da reunião apresenta-se invariável; estilos homiléticos, terminologias e conteúdo semelhantes; a arquitetura e layout das igrejas pouco se diferenciam; reuniões iniciam-se e se encerram pontualmente; edifícios são mantidos sempre limpos. Os costumes da igreja em relação ao sexo extraconjugal, o tabaco, o álcool, a indumentária e aparência pouco se diferenciam de um local para outro. Esta uniformidade faz-se verificável não somente entre as congregações brasileiras, mas se estende às igrejas norte-americanas, praticamente indistintas das igrejas brasileiras, exceto quanto ao idioma utilizado.
No Brasil, o crescimento apresenta-se impressionante. A Congregação Cristã é a segunda maior denominação protestante no Brasil, com cerca de 2,5 milhões de membros. Durante a última década, a Congregação Cristã tem acrescido entre 40.000 e 60.000 novos membros ao ano. Isto é particularmente intrigante ao se considerar que a Congregação Cristã não dispõe de um corpo clerical assalariado e abstêm-se de qualquer propaganda.
A experiência das Congregações Cristãs nos Estados Unidos, entretanto, apresenta-se menos invejável. Após a ruptura entre Francescon (e suas igrejas) e outros pioneiros do movimento pentecostal (Chigaco - 1926), as Congregações Cristãs sofreram três principais cismas. A primeira e maior dessas separações ocorreu quando a congregação original de Francescon se separou do resto do movimento por ele fundado (1938). O movimento maior, a partir do qual se retirou Francescon, tornou-se conhecido como Christian Church of North America (Igreja Cristã da América do Norte), uma comunhão altamente amorfa de igrejas pentecostais agora totalizando cerca de 12.000 membros. Essa denominação possui pouca semelhança para com as igrejas originais. A Congregação Cristã original, em que Francescon manteve-se como ancião agora denominada Christian Congregation Church (Igreja Congregação Cristã) sofreu duas divisões adicionais. Ambos os cismas, bem como saída Francescon da hoje assim chamada Igreja Cristã da América do Norte, surgiu a partir de propostas de alteração da igreja para estar mais de acordo com os padrões culturais e princípios de organização burocrática americanos. Na última divisão, a Congregação Cristã brasileira se comprometeu a respaldar/apoiar aos dissidentes das congregações originais que resistiram as alterações nas práticas da igreja. Os dissidentes construíram sua própria igreja cerca de duas milhas da congregação original. Esta nova denominação, chamada de Christian Congregation in the United States, é idêntica à Congregação Cristã no Brasil.
A membresia original (da Christian Congregation Church de Chicago) diminuiu para cerca de 250 membros ativos, a maioria dos quais são descendentes dos primitivos imigrantes fundadores da igreja. A Christian Congregation in the United States tem cerca de 500 membros espalhados por cerca de 20 locais de culto em todo os Estados Unidos. Pelo menos metade dos membros é hispânica, incluindo muitos imigrantes recentemente aportados da América Latina. Os anciãos seniores das mais antigas congregações, da congregação de Chicago e em várias outras congregações são imigrantes brasileiros.
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* Docente (Southern Illinois University) / eventualmente no Brasil (USP, PUC-MG, Uninove e diversos).
Fonte:
NELSON, R. E. Authority, organization and societal context in Multinational Churches. In: MAANEN, J. V. Qualitative Studies of Organization (The administrative science quarterly series in organization theory and behaviour). Thousands Oaks: Sages Publications, 1998. (pp. 306-307).
Observações:
- Adequações tradutórias e contextuais de cunho próprio
- Supressão de referências e aportes
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