“Igreja Católica Apostólica Romana Carismática Mariana”?
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“Igreja Católica Apostólica Romana Carismática Mariana”?
Saudações Cristãs
Embora apresentando uma relativa ascensão estatística em isoladas regiões do continente africano, o Catolicismo Romano recrudesce em seus habituais nichos (Europa e América Latina). As Américas como um todo tem registrado um déficit de 0,1% segundo o relatório anualmente expedido pela agência vaticana (1). Apesar de sua retomada de fôlego em territórios majoritariamente protestantes como os Estados Unidos e Oceania, fatos esparsos tem contribuído para o seu gradual recuo em ambas às esferas (confessional e laica). Segundo pesquisa recentemente publicada pela Folha de São Paulo, apenas no Brasil as cifras católicas declinam numa escala de 68 pontos percentuais (2).
Mediante o quadro descrito, especialistas católicos das mais diversas áreas se debruçam sobre uma metodologia diagnóstica e corretiva.
O mais desconcertante, no entanto, é o fato de algumas medidas pretensamente profiláticas virem a redundar em agravantes secundários. Tal sucede - dentre exemplos outros - para com a “RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA” (RCC). De origem norte-americana e por dedução “pára-pentecostal” encontra-se num estágio limítrofe entre o Catolicismo propriamente dito e o Baixo Protestantismo.
Em razão de suas nítidas similitudes para com o neopentecostalismo (sobretudo no âmbito litúrgico) tem atuado como uma via de mão dupla. Se sob determinado ângulo vem a atenuar a evasiva católica romana, por outro favorece a migração temida.
Propondo-se (no inicial estágio de sua implantação) a operar como "o fermento que uma vez tendo levedado a massa nela se dissolve", parece ambicionar algo mais que a abnegada dissolução e invisibilidade.
Dentre os seus mais representativos núcleos ou comunidades difusoras uma, em particular, tem causado considerável inquietude aos mais altivos integrantes da denominada "ala tradicional". Trata-se da "Comunidade Canção Nova". Tutelada por Pe. Jonas Abib e colaboradores, excede às suas congêneres em diversos aspectos. Mesmo a pioneira "Associação do Senhor Jesus" / "Rede Vida de Evangelização" (Pe. Eduardo Dougherty) sucumbiu-lhe ao empenho comunicativo, estando fadada a uma posição secundária.
A "Comunidade Canção Nova" veio a obter sua institucional maioridade ou autonomia com a concessão de sua titularidade pontifícia. Desde o ano de 2008 goza de reconhecimento integral, passando a compor a seleta classe das "Associações de Fiéis Internacionais de Direito Pontifício" (coetaneamente, Pe. Jonas Abib é nomeado "monsenhor").
Ocorre, contudo, que a referida "comunidade" tende a alçar os pendões de uma modalidade católica romana significativamente "sui gêneris". Apesar de promover a ortodoxia latina e seu habitual bojo doutrinário*, apresenta-se visivelmente sectária.
É sabido que a associação Canção Nova amplia sua rede de "franquias" ou representações locais por meio da colaboração e parceria de "famílias-hospedeiras". Estas tendem a operar como agentes propagadores junto às suas respectivas comunidades paroquiais.
Pesquisadores laicos têm apontado o proselitismo e exclusivismo conceitual como os mais sobressalentes traços de seus adeptos. Deste modo, a indiferença e menosprezo para com o demais grupos católicos não carismáticos tende a acirrar-se.
O perfil "católico carismático" preocupa em face de sua pretensão. Propõe-se, assim, ao recrutamento daqueles ainda alheios ao catolicismo dito "vivo"...
A despeito disso, aliás, deve-se o título do presente texto. Ultimamente, tornou-se praxe ao católico carismático "padrão" declarar-se (quando indagado acerca de sua filiação religiosa) como sendo um efetivo membro da "Igreja Católica Apostólica Romana Carismática Mariana" **...
Sociólogos da Religião e especialistas laicos vêem em tais manifestações o prenúncio de uma futura e conturbada crise institucional.
Estaria o Catolicismo Ocidental às vésperas de uma reedição Reformista? O tempo o dirá...
_______________________________________________________________________________________
(1) Anuário Pontifício / 2010.
(2) POF - Pesquisa de Orçamentos Familiares (IBGE).
(*) Atribuindo-se especial ênfase aos seus históricos e dogmáticos pilares (Transubstanciação, Mariolatria, Primado Petrino e afins).
(**) Não se confundir com "Igreja Católica Carismática" (2004 / Belém - PA) ou ainda a "Igreja Católica Apostólica Carismática" (Portugal).
Atenciosamente,
"Em Caridade"
Irmão Ednelson
Última edição por "Ekklésia Christiana" em Dom Ago 28, 2011 9:48 am, editado 1 vez(es)
"Ekklésia Christiana"- Mensagens : 497
Data de inscrição : 18/05/2011
Re: “Igreja Católica Apostólica Romana Carismática Mariana”?
Receio que tal corrosão na instituição católica se dê de tal forma que chegue a prejudicar o cristianismo em si.
Existem muitos grupos distintos, muitas cismas internas, muitas potenciais dissidências.
Grupos ou movimentos modernistas não são bem vistos pelos mais conservadores, e esses também já não são mais tolerados ou sequer respeitados como há algumas décadas.
O simpático padre Marcelo Rossi foi olhado com reprovação na alfândega em Portugal. Segundo ele próprio relata, o funcionário olhou para ele de cara feia e perguntou "o senhor é aquele padre que pula?"...
Em nosso país, segundo dados do IBGE, menos de 20% dos que se declararam "católicos" são praticantes, o que significa apenas que eles "assistem à missa dominical". Os demais 80% não têm a coragem de se declarar incrédulos, ateus, ou algo que o valha. No entanto, é comum uma pessoa que apenas tenha passado pelo rito do batismo enquanto criança e jamais frequentou a igreja, se intitule "católico" de forma categórica, como se efetivamente o fosse.
Na minha opinião, um "catolicismo pentecostal" ainda envelopado sob o culto a Maria é apenas uma tremenda contradição.
Não é catolicismo, não é protestantismo nem pentecostalismo, ou sequer ecumenismo, porém uma tremenda confusão. E essa confusão simplesmente tende a aumentar o número de incrédulos ao mesmo tempo em que esvazia a igreja oficial.
Certos movimentos também ditos "carismáticos" assemelham-se mais a cultos espíritas que católicos, situando-se em uma misteriosa região entre o Kardecismo e a Umbanda, ao mesmo tempo em que não conseguem realmente ser nem um, nem outro.
A organização católica portanto guarda em seu bojo como que uma bomba-relógio prestes a autodetonar-se. Melhor seria que não houvesse ali tantas novidades que conduzem à dispersão, e que as pessoas, da mesma forma ou melhor que antes, continuassem procurando por valores espirituais elevados, e não por espetáculos de pirotecnia à moda neopentecostal.
Aqui no Rio de Janeiro já existem algumas igrejas ditas católicas e que não estão filiadas ao clero romano, tais como Igreja da Escrava Anastácia, de Cosme e Damião, do Negrinho do Pastoreio e outras que homenageiam a outros santos não canonizados .
E as pessoas ainda se benzem (fazendo o sinal da cruz) ao passar na porta de tais igrejas, o que afinal significa que as aceitam como sendo igrejas verdadeiras.
Existem muitos grupos distintos, muitas cismas internas, muitas potenciais dissidências.
Grupos ou movimentos modernistas não são bem vistos pelos mais conservadores, e esses também já não são mais tolerados ou sequer respeitados como há algumas décadas.
O simpático padre Marcelo Rossi foi olhado com reprovação na alfândega em Portugal. Segundo ele próprio relata, o funcionário olhou para ele de cara feia e perguntou "o senhor é aquele padre que pula?"...
Em nosso país, segundo dados do IBGE, menos de 20% dos que se declararam "católicos" são praticantes, o que significa apenas que eles "assistem à missa dominical". Os demais 80% não têm a coragem de se declarar incrédulos, ateus, ou algo que o valha. No entanto, é comum uma pessoa que apenas tenha passado pelo rito do batismo enquanto criança e jamais frequentou a igreja, se intitule "católico" de forma categórica, como se efetivamente o fosse.
Na minha opinião, um "catolicismo pentecostal" ainda envelopado sob o culto a Maria é apenas uma tremenda contradição.
Não é catolicismo, não é protestantismo nem pentecostalismo, ou sequer ecumenismo, porém uma tremenda confusão. E essa confusão simplesmente tende a aumentar o número de incrédulos ao mesmo tempo em que esvazia a igreja oficial.
Certos movimentos também ditos "carismáticos" assemelham-se mais a cultos espíritas que católicos, situando-se em uma misteriosa região entre o Kardecismo e a Umbanda, ao mesmo tempo em que não conseguem realmente ser nem um, nem outro.
A organização católica portanto guarda em seu bojo como que uma bomba-relógio prestes a autodetonar-se. Melhor seria que não houvesse ali tantas novidades que conduzem à dispersão, e que as pessoas, da mesma forma ou melhor que antes, continuassem procurando por valores espirituais elevados, e não por espetáculos de pirotecnia à moda neopentecostal.
Aqui no Rio de Janeiro já existem algumas igrejas ditas católicas e que não estão filiadas ao clero romano, tais como Igreja da Escrava Anastácia, de Cosme e Damião, do Negrinho do Pastoreio e outras que homenageiam a outros santos não canonizados .
E as pessoas ainda se benzem (fazendo o sinal da cruz) ao passar na porta de tais igrejas, o que afinal significa que as aceitam como sendo igrejas verdadeiras.
Sergio Teixeira- Mensagens : 1144
Data de inscrição : 12/05/2011
Localização : Rio de Janeiro
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