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“Igreja Católica Apostólica Romana Carismática Mariana”?

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Mensagem  "Ekklésia Christiana" Seg Ago 22, 2011 11:27 pm


Saudações Cristãs




Embora apresentando uma relativa ascensão estatística em isoladas regiões do continente africano, o Catolicismo Romano recrudesce em seus habituais nichos (Europa e América Latina). As Américas como um todo tem registrado um déficit de 0,1% segundo o relatório anualmente expedido pela agência vaticana (1). Apesar de sua retomada de fôlego em territórios majoritariamente protestantes como os Estados Unidos e Oceania, fatos esparsos tem contribuído para o seu gradual recuo em ambas às esferas (confessional e laica). Segundo pesquisa recentemente publicada pela Folha de São Paulo, apenas no Brasil as cifras católicas declinam numa escala de 68 pontos percentuais (2).


Mediante o quadro descrito, especialistas católicos das mais diversas áreas se debruçam sobre uma metodologia diagnóstica e corretiva.


O mais desconcertante, no entanto, é o fato de algumas medidas pretensamente profiláticas virem a redundar em agravantes secundários. Tal sucede - dentre exemplos outros - para com a “RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA” (RCC). De origem norte-americana e por dedução “pára-pentecostal” encontra-se num estágio limítrofe entre o Catolicismo propriamente dito e o Baixo Protestantismo.


Em razão de suas nítidas similitudes para com o neopentecostalismo (sobretudo no âmbito litúrgico) tem atuado como uma via de mão dupla. Se sob determinado ângulo vem a atenuar a evasiva católica romana, por outro favorece a migração temida.


Propondo-se (no inicial estágio de sua implantação) a operar como "o fermento que uma vez tendo levedado a massa nela se dissolve", parece ambicionar algo mais que a abnegada dissolução e invisibilidade.


Dentre os seus mais representativos núcleos ou comunidades difusoras uma, em particular, tem causado considerável inquietude aos mais altivos integrantes da denominada "ala tradicional". Trata-se da "Comunidade Canção Nova". Tutelada por Pe. Jonas Abib e colaboradores, excede às suas congêneres em diversos aspectos. Mesmo a pioneira "Associação do Senhor Jesus" / "Rede Vida de Evangelização" (Pe. Eduardo Dougherty) sucumbiu-lhe ao empenho comunicativo, estando fadada a uma posição secundária.


A "Comunidade Canção Nova" veio a obter sua institucional maioridade ou autonomia com a concessão de sua titularidade pontifícia. Desde o ano de 2008 goza de reconhecimento integral, passando a compor a seleta classe das "Associações de Fiéis Internacionais de Direito Pontifício" (coetaneamente, Pe. Jonas Abib é nomeado "monsenhor").


Ocorre, contudo, que a referida "comunidade" tende a alçar os pendões de uma modalidade católica romana significativamente "sui gêneris". Apesar de promover a ortodoxia latina e seu habitual bojo doutrinário*, apresenta-se visivelmente sectária.


É sabido que a associação Canção Nova amplia sua rede de "franquias" ou representações locais por meio da colaboração e parceria de "famílias-hospedeiras". Estas tendem a operar como agentes propagadores junto às suas respectivas comunidades paroquiais.


Pesquisadores laicos têm apontado o proselitismo e exclusivismo conceitual como os mais sobressalentes traços de seus adeptos. Deste modo, a indiferença e menosprezo para com o demais grupos católicos não carismáticos tende a acirrar-se.


O perfil "católico carismático" preocupa em face de sua pretensão. Propõe-se, assim, ao recrutamento daqueles ainda alheios ao catolicismo dito "vivo"...


A despeito disso, aliás, deve-se o título do presente texto. Ultimamente, tornou-se praxe ao católico carismático "padrão" declarar-se (quando indagado acerca de sua filiação religiosa) como sendo um efetivo membro da "Igreja Católica Apostólica Romana Carismática Mariana" **...


Sociólogos da Religião e especialistas laicos vêem em tais manifestações o prenúncio de uma futura e conturbada crise institucional.


Estaria o Catolicismo Ocidental às vésperas de uma reedição Reformista? O tempo o dirá...


_______________________________________________________________________________________
(1) Anuário Pontifício / 2010.
(2) POF - Pesquisa de Orçamentos Familiares (IBGE).
(*) Atribuindo-se especial ênfase aos seus históricos e dogmáticos pilares (Transubstanciação, Mariolatria, Primado Petrino e afins).
(**) Não se confundir com "Igreja Católica Carismática" (2004 / Belém - PA) ou ainda a "Igreja Católica Apostólica Carismática" (Portugal).




Atenciosamente,

"Em Caridade"

Irmão Ednelson


Última edição por "Ekklésia Christiana" em Dom Ago 28, 2011 9:48 am, editado 1 vez(es)

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“Igreja Católica Apostólica Romana Carismática Mariana”? Empty Re: “Igreja Católica Apostólica Romana Carismática Mariana”?

Mensagem  Sergio Teixeira Qui Ago 25, 2011 4:29 pm

Receio que tal corrosão na instituição católica se dê de tal forma que chegue a prejudicar o cristianismo em si.
Existem muitos grupos distintos, muitas cismas internas, muitas potenciais dissidências.
Grupos ou movimentos modernistas não são bem vistos pelos mais conservadores, e esses também já não são mais tolerados ou sequer respeitados como há algumas décadas.
O simpático padre Marcelo Rossi foi olhado com reprovação na alfândega em Portugal. Segundo ele próprio relata, o funcionário olhou para ele de cara feia e perguntou "o senhor é aquele padre que pula?"...

Em nosso país, segundo dados do IBGE, menos de 20% dos que se declararam "católicos" são praticantes, o que significa apenas que eles "assistem à missa dominical". Os demais 80% não têm a coragem de se declarar incrédulos, ateus, ou algo que o valha. No entanto, é comum uma pessoa que apenas tenha passado pelo rito do batismo enquanto criança e jamais frequentou a igreja, se intitule "católico" de forma categórica, como se efetivamente o fosse.

Na minha opinião, um "catolicismo pentecostal" ainda envelopado sob o culto a Maria é apenas uma tremenda contradição.
Não é catolicismo, não é protestantismo nem pentecostalismo, ou sequer ecumenismo, porém uma tremenda confusão. E essa confusão simplesmente tende a aumentar o número de incrédulos ao mesmo tempo em que esvazia a igreja oficial.

Certos movimentos também ditos "carismáticos" assemelham-se mais a cultos espíritas que católicos, situando-se em uma misteriosa região entre o Kardecismo e a Umbanda, ao mesmo tempo em que não conseguem realmente ser nem um, nem outro.

A organização católica portanto guarda em seu bojo como que uma bomba-relógio prestes a autodetonar-se. Melhor seria que não houvesse ali tantas novidades que conduzem à dispersão, e que as pessoas, da mesma forma ou melhor que antes, continuassem procurando por valores espirituais elevados, e não por espetáculos de pirotecnia à moda neopentecostal.

Aqui no Rio de Janeiro já existem algumas igrejas ditas católicas e que não estão filiadas ao clero romano, tais como Igreja da Escrava Anastácia, de Cosme e Damião, do Negrinho do Pastoreio e outras que homenageiam a outros santos não canonizados .
E as pessoas ainda se benzem (fazendo o sinal da cruz) ao passar na porta de tais igrejas, o que afinal significa que as aceitam como sendo igrejas verdadeiras.
Sergio Teixeira
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