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"Aspectos do Pentecostalismo Clássico no Brasil: a Congregação Cristã no Brasil"

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Mensagem  "Ekklésia Christiana" Qui Dez 08, 2011 12:08 pm




ASPECTOS DO PENTECOSTALISMO CLÁSSICO NO BRASIL:
A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL



SILVA, Janaína da (UENP/FAFIJA)
CAMPOS JÚNIOR, Luís de Castro (UENP/FAFIJA)




Introdução


A origem do termo Pentecostalismo remonta da palavra Pentecostal que vem de Pentecostes que designa a efusão do Espírito Santo “Evidência de novas Línguas”) cinqüenta dias após a ressurreição (ascensão de cristo).No Livro de Atos, capítulo 2,está a narrativa sobre esse evento,é quando os apóstolos se encontravam reunidos em Jerusalém. A semente do Pentecostalismo já estava plantada no protestantismo norte americano através dos movimentos chamados avivalistas presentes já no século XVIII, em que acreditavam na promessa do “derramamento do Espírito Santo” (Campos Jr,1995).

A Congregação Cristã juntamente com a Assembléia de Deus são consideradas as pioneiras do Pentecostalismo clássico no Brasil, clássico porque foram as precursoras de todo surgimento pentecostal, em que a emoção predomina em seus cultos e não a “racionalidade” dos protestantes históricos,como os metodistas,essa maneira diferente de abordar os fiéis em terras tupiniquins, trazidas pelos missionários norte americanos para a difusão da nova fé cristã.

Para este estudo faz-se necessário o levantamento histórico do seu surgimento enquanto instituição religiosa, seu fundador, quais conceitos, idéias que nortearam sua fundação, desde as influências de protestantes históricos à sua história atual, como está estruturada hoje, os fiéis, as doutrinas ao longo deste tempo.



Congregação Cristã: surgimento e consolidação


Segundo Pierucci ( 2005, p. 307 ) na segunda metade do século XX, a partir dos anos 50,os evangélicos pentecostais cresceram tanto e se diversificaram de tal forma que acabaram por se tornar amplamente majoritários entre os protestantes brasileiros,onde a congregação cristã acabou tornando nosso país o maior número de fiéis congregacionistas da América latina.

Dentre as principais características dos pentecostais, suas origens manifestaram primeiro nos Estados Unidos no século XVIII e XIX, como uma forma de reavivamentodentro das igrejas metodistas e batistas, chamadas de protestantes históricas já estabelecidas,onde se firmaram e começaram o processo de expansão no século XX, espalhando -se pela Europa e devido ao trabalho missionário criou movimentos fortes na América latina como Brasil, Chile entre outros,tendo a bíblia como fonte,que em geral é interpretada literalmente (Gaarder,Hellern,Notaker,2005).

A Congregação Cristã a primeira igreja Pentecostal na América latina surgiu em março de 1910, fundada pelo italiano Luigi Francescon ou Francesconi na língua italiana, que nasceu na comarca de Cavasso Nuovo,província de Udine,na Itália, em 1866. Francescon depois de cumprir o serviço militar imigrou para os Estados Unidos, chegando a cidade de Chicago em 1890.

Ao tomar contatos com italianos ali presentes e famílias como o próprio Francescon chamou de “Fé Valdenses”,torna-se importante dizer que, os Valdenses tinham alguns conceitos:a Bíblia destaque para o novo testamento,constituía-se única regra de vida e fé,onde as interpretações eram realizadas de forma literal,isso está presente ainda hoje nas pregações,não há estudos direcionados,apenas o que “Deus revela”,tendo também os preceitos básicos que era o uso da oração dominical, prática de ouvir confissões que denominam de “Santos Testemunhos”,em que a pessoa sente” Deus tocar no coração”, levanta na frente da igreja onde há microfones e relata as bênçãos alcançadas das mãos de Deus,mas isso tem um espaço determinado durante o progredir do culto e um tempo, devendo a pessoa a relatar o testemunho seja breve, falando essencial apenas,e a celebração da Santa ceia que é uma vez por ano sendo celebrada em conjunto.

A fé valdense de Francescon junto com outros italianos foi criada a primeira igreja presbiteriana italiana daquela cidade, onde foi eleito diácono,e após alguns anos ancião, sendo batizado por imersão no lago Michigan em 1903.

Segundo alguns levantamentos de história oral, Francescon relata que o início do seu peregrinar pela propagação da nova fé ocorreu após uma revelação de Deus quando aconteceu que, estando numa noite de joelhos em seu quarto lendo o capítulo 2 da carta de aos Colossenses no novo testamento,ao chegar no verso 12 ouviu uma voz que repetiu 2 vezes:”Tu não obedeceste a este meu mandamento” e ele respondeu:”Senhor jamais alguém falou me neste assunto”.

O que se referia a indagação de Francescon é que no verso 12 há questão do batismo não presente como forma sistemática na igreja presbiteriana até este momento, onde segundo esse verso”Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus,que o ressuscitou dos mortos”, ou seja, o batismo é a porta para a salvação, a conversão, o caminho para habitar nos céus depois da vinda de cristo, o reino eterno.

Depois de tal revelação Francescon iniciou a falar do batismo como determinado nas escrituras (Bíblia), e que o senhor(Deus) ordenou-lhe obedecer.Todos se manifestaram contra esse novo preceito proposto, fazendo gerar-lhe a incumbência de formar esse novo movimento.

A saída de Francescon da igreja presbiteriana foi inevitável, devido as suas investidas de abordar maneiras diferentes das realizadas na sua antiga crença, tendo agora de fazer cumprir a palavra do Senhor.

O início das primeiras reuniões foram feitas na casa dos primeiros convertidos que saíram juntamente com ele da igreja presbiteriana,não esquecendo que toda a pregação neste momento é direcionado apenas a colônia italiana nos Estados unidos, guiado segundo o “Espírito Santo”.

Logo depois esse novo grupo começa a se expandir ,aumentando o número de fiéis necessitando de maior espaço para a realização de seus cultos, onde o batismo tornou-se o foco de conversão da nova crença,a cura de doenças crônicas e incuráveis segundo a época, e as “promessas de Deus” foram fatos determinantes para o aumento de adeptos, a partir daí iniciou suas pregações, indo de Chicago a Nova York, Filadélfia, Saint Louis e Los Angeles.

Em Março de 1909 em Chicago Francescon recebe uma “Santa revelação”, por meio de interpretação da linguagem falada pela glossolalia(que é a possibilidade do dom de línguas, através de línguas estrangeiras (francês, inglês, japonês, etc e línguas cujos sons são indefinidos), juntamente com outro italiano Giacomo Lombardi deixam seus trabalhos materiais para se dedicar inteiramente a “obra” de Deus (Campos
Jr,1995).

Diante dessa nova revelação era a incumbência divina de viajar para a América Latina, deveria partir para Buenos Aires, na Argentina e depois ao Brasil.Sua missão era iniciar um trabalho pentecostal, onde suas pregações tiveram como alvo as colônias italianas radicadas nos Estados Unidos, Argentina e posteriormente no Brasil (Campos Jr,1995).

Em Princípios de janeiro de 1910 Francescon e Giacomo Lombardi viajam para Buenos Aires, onde abrem a porta para o início da propagação da nova fé num subúrbio chamado Tigre.

Em 8 de março partem direto para São Paulo,onde aqui no Brasil Francescon chegou freqüentar algumas reuniões da igreja presbiteriana na capital paulista, não demorando muito para que suas novas concepções bíblicas entrassem em choque com as doutrinas calvinistas e conservadoras do presbiterianismo.

Agora ali convivendo na metrópole paulistana, não sabia falar absolutamente nada do idioma português, seu trabalho foi iniciado junto a colônia italiana em São Paulo,que continha na época fora o sul do país grande número de italianos, podemos citar o bairro do bexiga que era praticamente um pedaço da Itália dentro de São Paulo.

Francescon em seu segundo dia na capital paulista encontrou no jardim da luz um italiano chamado Vicenzo Pievani que era ateu morador de Santo Antônio da Platina no Paraná,onde lhe falou da nova “Graça de Deus”.
Dois dias depois, Vicenzo Pievani voltou para Santo Antônio da Platina, e Francescon e Lombardi permaneceram em São Paulo até 18 de abril, quando G.Lombardi partiu novamente para Buenos Aires e Francescon para Santo Antônio da Platina.

Para ir ao lugar onde “deus ordenara” que Francescon fosse,ele não tinha outro endereço a não ser de V.Pievani, Sto.Antônio da Platina, porém, para chegar a essa cidade, tomou a estrada de ferro Sorocabana que percorria o estado de São Paulo passando perto do Norte do Paraná e sua última estação era em Salto Grande.

De Salto Grande a Sto Antônio da Platina ainda faltavam 70 Km, que foram feito a cavalo atravessando matas virgens com a presença “infestada” de Jaguarás, com ajuda de um guia indígena, chegando lá em 20 de abril.

Ao chegar foi recebido por 2 italianos um dos quais era Vicenzo Pievani e o outro Felício Mascaro,sendo suas esposas e demais moradores daquela cidade de fé católica romana. O povo desta cidade sabendo da sua chegada e sua “missão” foi jurado de morte, mas não efetivando a ameaça onde permaneceu até 20 de junho,tendo realizado vários batismos e pregações,estas foram as primícias da congregação no Brasil .
Em 20 de junho partiu de Santo Antônio da Platina com destino a São Paulo, onde ao chegar lá viu o crescimento da semente que havia plantado,com a conversão de várias “almas”, entre eles presbiterianos, metodistas, batistas, e católicos,tendo um grupo saído da igreja presbiteriana e começou, juntamente com outros componentes a se organizar.

A Partir daí Francescon voltou várias vezes ao Brasil, mas ainda com seu trabalho de “Peregrinação” pelo mundo, apenas “observando” o progresso de sua “obra”.

O crescimento da congregação no Brasil e no mundo foi rápido, sendo necessário por questões doutrinárias uma pequena alteração no nome, passando a denominar-se ”do” Brasil para “no” Brasil , no caso das congregações no Brasil, que iniciando pelos estados do sul,atingindo as colônias de imigrantes italianos. Francescon possuía uma linguagem simples, porque fora operário ,conseguindo por isso atrair no início do movimento congregacionista, a camada mais pobre da população, sendo atualmente empresários e uma pequena parcela da classe média fazem parte dela(Gaarder,Hellern,Notaker,2005;Campos Jr,1995).

A congregação tem um modo diferente de evangelizar, não realizando sermões em atos públicos como praça ou emissoras de rádio ou qualquer outros meios de comunicação,é feito de maneira direta, transmitindo a “palavra que Deus revela”, tendo a bíblia como única fonte divina.

Os ministérios ou historiograficamente cargos eclesiásticos correspondem aos ensinamentos do livro de Atos dos Apóstolos (At.2:42 e 4:33). Os membros que compõem o ministério,são escolhidos entre os que se destacam para função, de conduta ilibada, ministros pelo “dom da graça de Deus”(1 Timóteo 3:2).

No culto da congregação há duas manifestações discursivas principais: a dos fiéis (nos testemunhos) e a do ancião, cooperador ou a quem for revelado (na pregação), onde o dirigente-mor é o ancião,que também é chamado de função de bispo, aquele que vai de igreja em igreja pregando a doutrina e batizando novos membros, é a pessoa que domina os ensinamentos eclesiásticos e tem profundo conhecimento das escrituras sagradas (Bíblia), somente ordenado após muita oração e segundo a confirmação do Espírito Santo. Não existe na abertura dos cultos uma liturgia pré - determinada, onde este abre a oportunidade de pregar para quem sentirse “guiado” pelo espírito santo. Com isso confere ao culto forte componente emocional, espontaneidade ,e a atmosfera favorece manifestações de êxtase, dentre elas podemos citar a glossolalia, que é segundo os membros desse movimento a evidência de novas línguas.

Para facilitar o entendimento podemos organizar as estruturas ministeriais da congregação em hierarquia de forma piramidal, na base encontram-se os Cooperadores de jovens que a função é liderar os cultos para a crianças, jovens ainda não casados, onde eles tem maior participação;os Cooperadores de culto oficial, sua função é liderar a igreja local, dirigir os cultos e presidir o conselho referente ao seu cargo e o ancião que é a “autoridade” máxima dentro do corpo ministerial da igreja, que tem todas as funções acima referidas.
Os Diáconos ficam responsáveis pela administração, aplicação das ofertas e coletas voluntárias e anônimas, aplicando-as nas obras pias e viagens missionárias.

No setor da música não se admite a introdução de instrumentos elétricos como baterias, guitarras, pandeiros,nem violões.Os músicos, homens e mulheres devem apresentar-se nos cultos com trajes social, sua conduta deve ser exemplo. A orquestra formada se assemelha a uma sinfônica, com instrumentos de origem clássica.

Na fundamentação doutrinária é aceita toda a Bíblia Sagrada, na qual está contida toda a palavra de Deus. Nos cultos as mulheres usam o véu como está escrito na carta aos coríntios 11, elas ficam sentadas num lado,ocupando a metade da igreja e os homens,a outra metade; não é de costume bater palmas;os hinos são pedidos espontaneamente pelos participantes do culto e entoados pelos membros da igreja;

Os costumes e as roupas possuem diferenciações quanto aos homens e mulheres. Para as mulheres é proibido o uso de calça comprida e o cabelo não pode ser cortado, já para os homens existe um padrão de corte de cabelo, que é chamado de corte social.

Não se admitem que membros do ministério vivem de salários originados nas coletas (dízimo) dos fiéis, sendo a contribuição de livre e espontânea vontade, não sendo obrigatório.A construção ou reformas dos templos está a cargo dos próprios membros.

No término do culto uns saúdam os outros com chamado ósculo santo, que é um beijo no rosto de homem para homem e mulher para mulher, numa recomendação do apóstolo Paulo “No final do culto os homens se beijam no rosto e as mulheres também,num espírito de muito respeito e fé,os congregados não se misturam”.

A santa ceia que é um momento sacro, a lembrança da morte de cristo na cruz, é celebrado em datas previamente marcadas e bem comunicadas para que todos referentes a igreja mais próximo de sua casa possam participar,tendo de justificar as possíveis faltas ou “tomar” a santa ceia em outra congregação quando tiver, mas tudo isso com o devido esclarecimento ao ministério.Ela é realizada uma vez ao ano,onde no dia os músicos são orientados a tocar mais lento e mais piano,e os membros a entoar os hinos com menos intensidade, tendo como referência o evangelho de Lucas 22:19.

Assim, a congregação cristã é apolítica, sem fins lucrativos,tem por finalidade a propagação do evangelho de Jesus cristo e o guia do espírito santo(Gaarder,Hellern,Notaker,2005).


A Congregação Cristã na atualidade


Depois de toda essa viajem histórica pela formação da Congregação cristã, torna-se necessário certos comentários acerca da igreja hoje, porque para os espectadores pequenas mudanças não são notadas, mas para os fiéis que estão no seio da igreja,conhecendo os mecanismos conservadores de seu funcionamento,essas mudanças são muito importantes.

O que mais identifica na congregação quando falamos seu nome é a doutrina, dita por muitos como “rígida”. Para entendermos esse significado basta fazermos um retrospectiva na sua história, foi a primeira igreja pentecostal a surgir no Brasil, onde seus preceitos éticos foram resultantes de conceitos tradicionais que ultrapassaram até mesmo a moral calvinista daquele momento, buscando ” resgatar “ um
“puritanismo original “.

Santo Antônio da Platina foi, juntamente com São Paulo seu centro fundador no entanto, na história da congregação manteve uma estrutura bem conservadora se comparada com outras cidades vizinhas ou “próximas” como Ourinhos-SP, sendo o desenvolvimento da Igreja em Ourinhos muito ligado a Sto Antônio da Platina , mas analisando atualmente a estrutura verificada em congregações do estado do Paraná com a do estado de São Paulo,as do Paraná são muito mais conservadoras e tradicionalistas aos preceitos defendidos, principalmente com relação à moral , na sua formação,do que no estado de São Paulo onde membros da igreja algumas vezes se auto denominam como “Modernos” se comparados com de outros estados no Brasil.

O que se verifica é que a congregação tem uma certa adaptabilidade quando se insere ao meio e é isso que possibilitou seu maior crescimento.

Nota-se que o número de fiéis jovens de boa conduta teria diminuído sensivelmente caso não houvesse uma tolerância ,boa conduta segundo a igreja é seguir corretamente os preceitos defendidos, como não seguir as vaidades mundanas, exemplificando : quando as mulheres (irmãs) cortam o cabelo, pintam, usam jóias, roupas sensuais e curtas, são consideradas vaidosas e isso tem se tornado cada vez mais comum, principalmente entre os jovens, diante disso, o corpo ministerial tem sido bem “maleável” , ou seja, não tirando a liberdade (que significa não restringir atos, como testemunhar) na igreja,como era feito antigamente de forma muito comum quando não se enquadrasse na doutrina. Isto está ocorrendo porque a mocidade (moças e moços) diminuiu muito e há casos de congregações sem mocidade nos cultos.

Segundo Pierucci ( 2005 ) o movimento pentecostal no Brasil passou a se diferenciar em dois tipos:Os pentecostais “Clássicos” e os “Neopentecostais”. Esta última é a que mais cresce, porque oferecem um forma de religiosidade muito eficiente em termos práticos, pouco exigente em termos éticos e doutrinariamente descomplicada, podendo ser essa uma das causas pela diminuição de jovens na Congregação Cristã.

Portanto, as principais características desse ramo pentecostal está em primeiro estágio a conversão, o segundo o batismo na água, sendo seu conceito de batismo como dos batistas, quer dizer o batismo se realiza por imersão total e o batismo de crianças é uma impossíbilidade. O terceiro estágio é o traço distintivo do pentecostalismo - o batismo no Espírito Santo, que é a mesma experiência que os discípulos tiveram em pentecostes (Atos 2). Os que foram batizados descobrem que têm um ou mais dons, como a glossolalia ou dom de falar línguas estranhas, profetizar, dom da cura,se seguindo nos cultos a emotividade,onde é negado estudos direcionados a Bíblia,apenas o entendimento revelado segundo por deus pelo seu Espírito Santo(Gaarder,Hellern,Notaker,2005).


Considerações Finais


Dentre os assuntos abordados pela pesquisa do levantamento histórico, formação, discussão historiográfica da Congregação Cristã no Brasil , observação participante, documentação oral (entrevistas), uma das questões que aparentemente possa demorar ainda mais um certo tempo para efetivamente entrar em declínio é a identidade desse ramo pentecostal.

Identidade porque segundo a discussão historiográfica religiosa feita por Pierucci o Brasil continua mudando gradualmente quanto aos componentes religiosos de sua cultura plural e sempre mais se destradicionalizando em termos religiosos.

Essa pesquisa feita por Pierucci ( 2005 ) vem refletir também mesmo que neste instante de forma não muito significativa na congregação, o que está ocorrendo um declínio das grandes religiões no país.

O que se verifica em observações feitas na cidade de Ourinhos é já essa diminuição em certos bairros de membros efetivos, nesse caso os batizados, ou a mudança para outro tipo de religião ou mesmo o “abandono” da congregação.

Hall ( 2005 , p.9) ao analisar a questão da identidade não só religiosa mas também cultural, de gênero, etnia, raça, nacionalidade, mostra que relativamente às mudanças estruturais da sociedade moderna, tinham no passado, nos fornecido localizações como indivíduos e com as transformações no presente abala-se a idéia que temos de nós como sujeitos integrados.

Esta discussão sobre identidade não apenas religiosa, nos remete a pensar que a congregação não está camuflada nestes “inevitáveis” processos, mas é parte atuante dele.


Referências Bibliográficas

BAUMAN, Zygmunt. Identidade.Rio de Janeiro. Jorge zahar,2004.
CAMPOS JÚNIOR, Luís de Castro. Pentecostalismo.São Paulo.Ática,1995.
DOMINIQUE, Julia. A Religião: História Religiosa. 3. ed.Rio de janeiro.S.A. ,1988.
GAARDER, Jostein et al. O Livro das Religiões.São Paulo. Companhia das Letras,2005.
HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-modernidade.10.ed. Rio de Janeiro,DPeA, 2005.
HERMANN, Jacqueline. História das Religiões e Religiosidades.São Paulo: Cia das Letras , 2003.
HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. 21ed.Rio de janeiro:LTC,1986.
MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de História Oral. 5. ed. São Paulo:Loyola, 2001.
PIERUCCI, Antônio Flávio. As Religiões no Brasil. São Paulo:Companhia das Letras,2005.
"Bye bye, Brasil" - O declínio das Religiões Tradicionais no Censo 2000.São
Paulo:V.18. Nº 52,2004.Disponível em:http://www.scielo.com Acesso em março de 2007.
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